Thursday, November 15, 2007

Construção




Amou daquela vez
Como se fosse a última
Beijou sua mulher
Como se fosse a última
E cada filho seu
Como se fosse o único
E atravessou a rua
Com seu passo tímido
Subiu a construção
Como se fosse máquina
Ergueu no patamar
Quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo
Num desenho mágico
Seus olhos embotados
De cimento e lágrima
Sentou prá descansar
Como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz
Como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou
Como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou
Como se ouvisse música
E tropeçou no céu
Como se fosse um bêbado
E flutuou no ar
Como se fosse um pássaro
E se acabou no chão
Feito um pacote flácido
Agonizou no meio
Do passeio público
Morreu na contramão
Atrapalhando o tráfego...

Amou daquela vez
Como se fosse o último
Beijou sua mulher
Como se fosse a única
E cada filho seu
Como se fosse o pródigo
E atravessou a rua
Com seu passo bêbado
Subiu a construção
Como se fosse sólido
Ergueu no patamar
Quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo
Num desenho lógico
Seus olhos embotados
De cimento e tráfego
Sentou prá descansar
Como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz
Como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou
Como se fosse máquina
Dançou e gargalhou
Como se fosse o próximo
E tropeçou no céu
Como se ouvisse música
E flutuou no ar
Como se fosse sábado
E se acabou no chão
Feito um pacote tímido
Agonizou no meio
Do passeio náufrago
Morreu na contramão
Atrapalhando o público...

Amou daquela vez
Como se fosse máquina
Beijou sua mulher
Como se fosse lógico
Ergueu no patamar
Quatro paredes flácidas
Sentou prá descansar
Como se fosse um pássaro
E flutuou no ar
Como se fosse um príncipe
E se acabou no chão
Feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão
Atrapalhando o sábado...

Por esse pão prá comer
Por esse chão prá dormir
A certidão prá nascer
E a concessão prá sorrir
Por me deixar respirar
Por me deixar existir
Deus lhe pague...

Pela cachaça de graça
Que a gente tem que engolir
Pela fumaça desgraça
Que a gente tem que tossir
Pelo andaimes pingentes
Que a gente tem que cair
Deus lhe pague...

Pela mulher carpinteira
Prá nos louvar e cuspir
E pelas moscas bixeiras
A nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira
Que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague...

Chico Buarque


Wednesday, October 17, 2007





é que 24... já cá cantam.






Monday, October 01, 2007

WOW...




The Sartorialist
www.thesartorialist.blogspot.com


Thursday, September 27, 2007

Tuesday, September 25, 2007

Friday, September 21, 2007

Tuesday, July 31, 2007





Adeus, Bergman.

Adeus, Antonioni.






Saturday, June 23, 2007

Tuesday, June 19, 2007

:)






Café ou chá?
Laranjada?

Sunday, June 17, 2007



i


it's the things between the lines that are important.

.

Thursday, April 12, 2007

Wednesday, April 04, 2007

Menina Bonita



Joanna Newsom




Quem não estiver na Aula Magna no dia 2 de Maio...

Ou é:

a) surdo

b) cego

c) parvo

d) todas as supra-referidas

Wednesday, March 28, 2007

James Nachtwey










O olhar dele diz tudo.


Tuesday, March 13, 2007


Viva o Mac do João




O amor é tão bonito.
(Ou não...?)

Thursday, February 22, 2007

Tuesday, February 13, 2007

:)


.
.
SIM.
Agora sim.
.
.


Friday, January 19, 2007

Friday, January 12, 2007

O exercício crítico da liberdade



Arte em sentido amplo e a sobrevivência do medium
por Delfim Sardo

.
Quando?

-Terça, 30 janeiro: Utopia, espaço e arte em sentido lato
.
-Terça, 13 fevereiro: A pintura como exercício antropofágico
.
-Quinta,22 fevereiro: Sucumbir à gravidade
.
-Terça, 27 fevereiro: Um fotograma é uma fotografia?
.
Quanto?

0 (zero)
.
Onde?

Culturgest